A Gol está empenhada na tentativa de reestruturar suas dívidas e tem um prazo de duas semanas para encontrar uma solução e evitar a judicialização do processo. A companhia aérea está negociando com os arrendadores das aeronaves antes de um evento importante no setor, programado entre 28 e 31 de janeiro em Dublin, na Irlanda.
Fontes indicam que os arrendadores, conhecidos como lessores, estão aguardando e têm pouca visibilidade sobre o andamento do processo. Há a perspectiva de uma possível recuperação judicial nos Estados Unidos, mas as negociações estão sendo conduzidas individualmente, sem um pacote global como fez a Azul.
A Gol está em negociações para resolver cerca de US$ 1 bilhão com os lessores, equivalente a 70% do valor de manutenção de 20 aeronaves paradas, com um pagamento planejado ao longo de cinco anos. Até setembro, a companhia possuía R$ 20 bilhões em dívidas, incluindo R$ 1,8 bilhão em vencimentos de curto prazo com arrendadores e R$ 1,1 bilhão em dívida financeira.
A reestruturação começou a ganhar destaque no final de 2023, com a contratação de consultorias especializadas e a entrada do escritório Milbank, que representa a Gol nos Estados Unidos. A empresa está sendo assessorada legalmente pelos escritórios Lefosse e TWK no Brasil.
A contratação de assessores internacionais foi considerada uma forma de pressão, visando as proteções adicionais oferecidas pelo Chapter 11 nos Estados Unidos. Este processo permitiria rejeitar leasing indesejados e impedir a retirada de aeronaves pelos lessores.
A Gol também sinalizou a possibilidade de uma capitalização com stakeholders, incluindo a holding Abra, em um esforço para melhorar a lucratividade e fortalecer o balanço. Analistas do BTG Pactual apontam a crise da Gol como uma oportunidade para Azul e Latam, especialmente para esta última, que tem maior sobreposição de rotas com a Gol. Nos últimos meses, as ações da Gol acumularam uma perda de 20%.
Fonte: Exame