Opinião dos dealmakers mais importantes do país:
Fusões e Aquisições devem ser retomadas no 2S20, aponta TTR
Se espera um forte aumento no volume de negociações para acordos de Fusões e Aquisições motivadas por distressed.
A Transactional Track Record (TTR), principal plataforma de inteligência de negócios que cobre os mercados da Península Ibérica, América Latina e Caribe, lançou a segunda entrega do Relatório Especial, Transactional Impact Monitor: Brasil.
A segunda edição do relatório apresenta alguns dos dealmakers mais importantes do país, que descrevem o impacto imediato e futuro que uma pandemia está causando nos principais setores da economia.
As fontes consultadas para a segunda edição incluem Carlos Lobo, sócio do Veirano Advogados, Fábio Nazari, diretor de mercado de capitais do BTG Pactual, Joaquim Oliveira, sócio-gerente do Cescon Barrieu, Marcos Flesch, sócio fundador do Cescon Barrieu e Reinaldo Grasson, diretor de M&A e consultor da área de Debt Capital Markets da Deloitte.
A maior economia da América Latina teve sua parcela de incerteza na década passada, mas nenhuma crise anterior levou a tal paralisação. No entanto, a rotina se mantém entre altos e baixos e duas grandes recessões nos últimos 10 anos amenizaram a euforia que os negociadores estavam sentindo no início de 2020. “Ficamos todos muito otimistas este ano em termos de fusões e aquisições, mercado de capitais e ações ”, concordou Reinaldo Grasson, diretor de M&A e Dívida Consultiva na Deloitte em São Paulo. “As empresas estavam obtendo bons resultados, tinham forte balanços patrimoniais, a bolsa de valores estava em alta histórica. Sob todos os ângulos, foi muito, muito positivo”.
Perspectivas de Fusões e Aquisições — O contato pessoal que é exigido na negociação de acordos de fusões e aquisições tornou- se impossível nas condições atuais. A dificuldade de executar negócios sem reuniões presenciais, visitas ao local e due diligence levará as fusões e aquisições para o terceiro e quarto trimestre, com negociações realmente sendo retomadas apenas no segundo semestre, disse Reinaldo Grasson, diretor de fusões e aquisições de Deloitte.
Por enquanto, a maioria das empresas estão se concentrando em seus próprios negócios em questões de liquidez, após a acentuada redução na demanda que está aumentando a cautela dos investidores, disse Grasson; “Estamos vendo clientes colocando transações em espera para ver quando a quarentena terminará e as empresas poderão voltar aos negócios.”
“Até agora, não vimos nenhuma transação que foi assinada que não esteja indo adiante”, disse Carlos Lobo. “Talvez o ritmo tenha diminuido um pouco, mas as partes estão honrando a esperança de que as coisas voltem ao normal. Até agora, a percepção é de que é um evento temporário; essa atividade econômica voltará.”
As fusões e aquisições motivadas por distressed vão decolar uma vez que a a incerteza sobre a duração das restrições à atividade econômica diminuam. Muitas empresas estão sofrendo apesar de possuir sólidos fundamentos e planos de negócio eficazes, semelhante ao que aconteceu após o escândalo “lava jato”, disse Marcos Flesch, sócio da Cescon Barrieu.
À medida que a China se recupera da crise, espera-se que o investimento no Brasil seja retomado, o que ajudará a uma recuperação mais rápida em setores específicos como o agronegócio, onde o dólar forte já está possibilitando a resiliência, apontou o sócio da Cescon Barrieu, Marcos Flesch. No momento, a empresa está atuando em nome de um licitante sediado na China negociando com uma empresa brasileira no setor de energia, ele observou.
Fonte: http://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=391966