Às vésperas da COP26, um grupo de brasileiros se prepara para embarcar com destino ao evento que ocorre na primeira quinzena de novembro em Glasgow, na Escócia, e participar ativamente das discussões acerca das mudanças climáticas e do futuro da humanidade.
Neste cenário está o Brazil Climate Action Hub, formado em 2019 por diversas organizações da sociedade civil, sendo a gestão da iniciativa a cargo de três instituições: o Instituto Clima e Sociedade (iCS), o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e o Instituto ClimaInfo.
Na COP26 o Hub terá um espaço físico dentro da blue zone, com eventos ao longo das duas semanas. Por lá, espera-se, por exemplo, painéis que debatam o papel do Brasil na limitação do aquecimento global, a participação de comunidades negras e indígenas nas conversas de clima e mais.
“Estamos surpresos com o número de participações de brasileiros nesta COP. Há a confirmação da sociedade civil, ambientalistas, representantes de povos indígenas, movimentos negros, representantes empresariais e muito mais. Temos percebido uma adesão diversa da sociedade brasileira”, diz Cyntia Feitosa, coordenadora de projetos do Instituto do Clima e Sociedade, organização participante do Brazil Climate Action Hub.
Para contemplar o maior número de interessados possíveis, e ir além das barreiras sanitárias da COP que permitirá, em média, 25 pessoas em um painel do Brazil Climate Action Hub, a organização prepara eventos híbridos, com transmissões ao vivo.
“Por conta das restrições o espaço será maior do que na última COP, em Madrid, e terá 80 metros quadrados, sendo 16 metros de um estúdio para gravação de entrevistas e outros conteúdos”, diz Feitosa.
Os participantes desses painéis foram selecionados de forma a gerar uma conversa com agentes diversos, considerando um formulário aberto de consulta, priorizando quem poderia estar presencialmente na Conferência, e tendo a escolha final com ajuda dos organizadores.
De acordo com Feitosa, este mecanismo de participação da sociedade civil é extremamente relevante. “A pandemia evidenciou a efetividade da participação dos grupos e necessidade da presença de quem mais sofre e sofrerá com as mudanças climáticas, como os jovens e a população mais vulnerável”, afirma.
Para ela, apesar do contexto desafiador que deixa muitos representantes de fora da COP por questões logísticas e financeiras ocasionadas também pela pandemia, haverá uma participação relevante de pessoas que merecem destaque nas discussões para além dos líderes governamentais presentes nos eventos oficiais.
O Brazil Climate Action Hub
O Brazil Climate Action Hub foi criado em 2019 por diversas organizações da sociedade civil brasileira para dar visibilidade à ação climática brasileira durante a COP25, realizada em Madri, na Espanha.
O Hub tornou-se referência do Brasil na Conferência, e foi sede de mais de 50 eventos ao longo de duas semanas de evento, com apresentação de estudos, iniciativas, soluções e experiências de políticas públicas que já estão sendo desenvolvidas no Brasil para atingir os objetivos do Acordo de Paris. Já na COP26, os principais objetivos são:
- Servir como Hub de informações sobre a COP e a agenda internacional de clima relacionada às negociações e à implementação do Acordo de Paris;
- Antecipar as discussões que vão ocorrer na Conferência;
- Contribuir para ampliar a representatividade das diferentes vozes da sociedade brasileira, oferecendo um espaço no qual diferentes organizações, instituições e movimentos possam atuar em torno de suas pautas específicas, mas também interagir e dialogar com outros olhares e setores para ampliar visões, refletir sobre desafios, construir pontes e cocriar soluções.
A programação completa da organização será disponibilizada no site oficial.
Fonte: Exame