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Os fundadores do iFood e Zé Delivery agora miram os mercadinhos de bairro

A Mercê do Bairro — uma startup que tenta aumentar a eficiência dos mercadinhos de bairro — acaba de levantar R$ 53 milhões numa rodada coliderada pela GFC e pela Flourish Ventures, a gestora criada pelo fundador do eBay, Pierre Omidyar, que também já investiu no Neon.

A rodada Série A também atraiu a Quartz, a gestora da família Galló, e a Alexia Ventures, e foi acompanhada pela Maya Capital, SV Latam, Picus e Domo, que já haviam entrado na rodada seed.

A capitalização vai financiar os planos de dois empreendedores que já se provaram antes: Guilherme Bonifácio foi um dos fundadores do iFood, e Diego Libanio criou o Zé Delivery dentro da Ambev e foi o CEO do negócio por quatro anos.

A visão estratégica da dupla: replicar no Brasil o modelo da Ling Shou Tong (“Varejo Integrado”, numa tradução livre), uma startup criada em 2014 dentro do Alibaba.

A Ling Shou Tong ajuda pequenos supermercadistas de bairro na gestão das compras, precificação dos produtos e análise de dados, além de converter as lojas para a sua marca, repaginando o espaço e dando acesso a um aplicativo de compras para o consumidor.

A Mercê do Bairro quer fazer a mesma coisa, mas decidiu começar com apenas uma etapa do processo: o supply chain.

“No Brasil, fazer a verticalização completa de uma só vez ia ser muito difícil. Entendemos que precisávamos escolher uma etapa e começar por ela, ir criando a base e ganhando a confiança dos lojistas, para só depois ir verticalizando aos poucos,” Guilherme disse ao Brazil Journal.

A plataforma da Mercê ajuda os mercadinhos a administrarem suas compras com fornecedores, garantindo que eles tenham acesso às melhores ofertas e liberando tempo para que eles foquem em outras coisas.

Tipicamente, esses mercados fazem uma compra extremamente fragmentada: uma parte junto a distribuidores, outra, da indústria, e, muitas vezes, os donos precisam ir pessoalmente nas redes de atacado, como Assaí e Makro, para completar o estoque.

“O que fazemos é oferecer tudo num mesmo aplicativo, dando a eles a opção de comprar de ‘N’ fornecedores com a comodidade de receber os produtos direto na loja,” disse Diego.

A Mercê foca em mercados que tenham de 1 a 5 checkouts, que estejam nas periferias das cidades e não operem como rede.

Esse recorte representa um mercado endereçável gigantesco: mais de 400 mil lojas se enquadram nesse perfil (sem contar as que estão na informalidade), e respondem por cerca de 35% de todo o faturamento do varejo alimentar brasileiro.

“Elas são maiores do que GPA, Carrefour, Assaí e Atacadão… juntos!” disse o fundador.

Por enquanto, a plataforma da Mercê está sendo usada por 800 lojas, que estão fazendo em torno de 5% a 10% de suas compras pela plataforma. O plano é que em dois anos a Mercê esteja em mais de 30 mil mercadinhos e que 100% das compras sejam feitas pela plataforma. A estimativa é movimentar R$ 150 milhões por mês.

A Mercê não cobra nada dos mercadinhos para acessar a plataforma; o take rate em cima das vendas é pago pelos fornecedores e pela indústria, que vêem vantagem em não ter que ativar sua força de vendas para atender milhares de clientes pequenos.

Segundo os fundadores, a comissão cobrada da indústria é menor que o valor que essas empresas normalmente gastam com força de vendas, que gira em torno de 3% do GMV.

“Além disso, quando você junta todo o custo que as indústrias têm para atender os pequenininhos (o custo de venda, a inadimplência, etc), muitas vezes não vale a pena pra eles,” disse Guilherme.

A Mercê não é a única tentando abocanhar esse filão.

O Grupo Pão de Açúcar tem o Aliados Compre Bem, um programa que permite aos mercados de bairro converter suas lojas para a bandeira Compre Bem, tendo acesso a melhores condições de compra e ferramentas de gestão. O Grupo Martins também criou um modelo parecido, o Smart, há dois anos.

As duas companhias já operam com entre 500 e 700 lojistas cada, mas tem um foco um pouco diferente da Mercê, já que buscam mercadinhos um pouco maiores — de 5 a 10 checkouts.

“Tem também a diferença de um incumbente e de uma startup fazendo isso,” diz Diego. “Queremos fazer de uma forma asset light, totalmente baseado em tecnologia. Não queremos ter centenas de consultores indo às lojas ver se está funcionando. Queremos ter o software e dados para direcionar as ações. Nossa ideia é transformar algo que hoje é high touch em algo totalmente low touch.”

Fonte: Brazil Journal

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