No mês passado, a International Meal Company (IMC) concluiu a venda da operação da rede Olive Garden no Brasil por um total de R$ 42 milhões, incluindo as seis lojas da conhecida marca americana de comida italiana, famosa por seus pratos de Fettucine Alfredo e seus pãezinhos infinitos.
Essa transação faz parte da estratégia do CEO da IMC, Alexandre Santoro, que busca simplificar o negócio e concentrar seus esforços nas três marcas de maior crescimento do grupo: Pizza Hut, KFC e Frango Assado.
O comprador foi a WOW Restaurantes, uma empresa criada no ano anterior pelo ex-executivo da IMC, Jerônimo Junior, que agora empreende como empresário.
Jerônimo possui um profundo conhecimento desse ativo, tendo atuado como COO da IMC por 4 anos e meio. Durante seu período na IMC, ele enfrentou desafios significativos, incluindo reestruturação, captação de recursos em duas ocasiões, defesa contra uma oferta hostil, mudança de principais acionistas, alterações no conselho e a complicação adicional da pandemia global que impactou gravemente o setor de varejo de alimentos.
Após sua saída da IMC, Jerônimo planejava inicialmente tirar um tempo para descansar, mas, dois meses depois, tomou conhecimento da decisão da IMC de colocar a Olive Garden à venda e imediatamente expressou seu interesse em participar do processo de aquisição.
Para financiar a compra e garantir a operação nos primeiros meses, Jerônimo adquiriu um empréstimo de cinco anos junto ao Bradesco e à Jive. Sua intenção é liquidar essa dívida com os lucros gerados pela operação.
Jerônimo observa que, embora a Olive Garden tenha um bom faturamento anual de R$ 90 milhões e uma margem EBITDA de cerca de 15%, ligeiramente abaixo da média global de aproximadamente 18%, a marca nunca conseguiu atingir um crescimento expressivo no Brasil devido à falta de foco dentro do vasto portfólio da IMC, composto por várias marcas, lojas e países.
Jerônimo está determinado a aumentar o faturamento em aproximadamente 15% nos próximos doze meses e elevar a margem EBITDA para acima de 20%. Ele planeja alcançar esse crescimento através da expansão das vendas nas lojas existentes, com expectativa de aumento entre 5% e 8%, bem como por meio da expansão física, incluindo a ampliação de duas unidades e a abertura de duas a três novas lojas até 2025.
O empresário também pretende introduzir a primeira loja de rua da marca no Brasil, complementando sua presença em shoppings. Ele ressalta a importância estratégica de uma localização de rua em áreas conhecidas, como a Avenida Paulista ou o Itaim, para ampliar o alcance da marca.
Após consolidar sua presença em São Paulo, com um objetivo de atingir 15 restaurantes na cidade, Jerônimo planeja expandir a Olive Garden para o Rio de Janeiro em cerca de dois anos e meio, respondendo à demanda significativa dos cariocas nas redes sociais.
Jerônimo também já identificou aproximadamente 100 ajustes operacionais para aumentar a eficiência e melhorar as margens das lojas, que vão desde a implementação de tecnologia para reduzir o número de garçons até melhorias na produção e porcionamento dos alimentos.
Ele enfatiza que a Olive Garden atrai uma ampla base de clientes, desde a classe C, que a vê como uma marca aspiracional, até a classe B, que a considera um restaurante para o dia a dia, e até mesmo a classe A, que tem uma memória afetiva ligada às experiências nos Estados Unidos, onde a Olive Garden é amplamente reconhecida.
Jerônimo destaca que a Olive Garden é conhecida por oferecer pratos generosos a preços competitivos no Brasil, com tíquete médio variando entre R$ 60 e R$ 70 por cliente. A prática de levar sobras para casa tornou-se uma característica marcante, refletida em um indicador monitorado pela matriz global da rede.
Seu contrato com a matriz da Olive Garden tem duração de 20 anos, com renovação automática, e segue o modelo de franqueador exclusivo, o que significa que Jerônimo detém o direito exclusivo de abrir novas lojas da marca no Brasil, sem a possibilidade de subfranqueamento. Embora isso possa dificultar a expansão, proporciona um controle mais amplo sobre as operações.
Fonte: Brazil Journal