Pesquisador que trabalha na Unilever, Mattia está há 28 dias isolado por conta do coronavírus
Ele chegou na noite do dia 21 para 22 de fevereiro em situação desesperadora ao hospital de Codogno, na região industrializada da Lombardia, norte da Itália. Depois de 28 dias isolado, Mattia reviu anteontem pela primeira vez a mulher, que está na 37ª semana de gravidez. Entre os dois, o vidro da porta do quarto onde o paciente zero da Itália completa sua recuperação. “Vou ver minha filha nascer”, disse ontem ao Corriere della Sera o pesquisador que trabalha para a Unilever.
Mattia é pesquisador e grande esportista. Além de futebol, é um fundista que disputa provas de rua e voluntário da Cruz Vermelha. No começo de fevereiro, reencontrou em um jantar um amigo que acabara de retornar da China sem nenhum sintoma da covid-19. Dias depois, surgiram os primeiros sintomas. Parecia uma gripe. Era 15 de fevereiro. No dia 17, Mattia não foi trabalhar. O médico de família o examinou. No dia seguinte, procurou o hospital. Deram-lhe um antibiótico e o mandaram para casa.
Ninguém associou sua doença à covid-19, que então atingia a China. Nem Mattia se lembrou de contar aos médicos sobre o jantar. No dia 19, seu estado piorou e ele voltou ao hospital e, 24 horas depois, estava entubado na UTI.
Foto: Coronavírus: na Itália, primeiro paciente infectado deve ser liberado nos próximos dias (Javier Zayas Photography/Getty Images)