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Para Pete Flint, a vida ficou mais fácil para as startups

NFX tem US$ 450 milhões em seu fundo mais recente e quer encontrar o próximo Facebook na América Latina

A vida dos empreendedores está mais fácil, e não o contrário. Pelo menos é essa a leitura de Pete Flint, empresário britânico que é sócio-fundador da gestora de venture capital NFX. Fundada em 2017 em São Francisco, a firma aposta em rodadas early stage e tem buscado novas oportunidades no Brasil, onde seu portfólio inclui Clubbi, Floki e a também a gestora regional Latitud.

“O mundo ficou mais fácil para as startups. Não mais difícil. Basta pensar um pouco: está mais fácil contratar pessoas, há menos concorrência no mercado, o movimento de digitalização e automação está mais maduro. A única coisa que ficou mais difícil é levantar capital”, disse Flint ao Pipeline. “As empresas que sofrem muito para sobreviver sem captar constantemente talvez não sejam mesmo viáveis.”

O nome da gestora ajuda a explicar a tese: NFX vem de “network effects”. Com cheques entre US$ 1 milhão e US$ 3 milhões, a firma aposta em negócios escaláveis e que funcionem em rede. A ideia é investir em plataformas e soluções que ficam melhores e mais robustas à medida em que mais pessoas se conectem ao sistema. A NFX investe geralmente em companhias de software de grandes setores agregadores, como fintechs, edtechs e proptechs.

Também fundador e ex-CEO da Trulia — marketplace imobiliário avaliado em US$ 3,5 bilhões —, Flint fundou a NFX ao lado de James?Currier (criador de cinco startups e investidor anjo em empresas como DoorDash, Lyft e Patreon) e do israelense Gigi Levy-Weiss, também empreendedor. O trio soma mais de uma dezena de startups criadas e avaliadas, no total, em cerca de US$ 10 bilhões.

A NFX possui três fundos com mais de US$ 1 bilhão em ativos sob gestão. O veículo mais recente, lançado em outubro de 2021, conta com US$ 450 milhões para investir.

Na América Latina, a companhia já realizou aportes na La Haus, também um marketplace imobiliário, Nuvo Cargo, que atua com logística no México e nos Estados Unidos. Das mais de 150 startups do portfólio, pelo menos 10 estão na região — número que deve aumentar em breve, de acordo com o empresário. O Brasil é o principal mercado para a gestora na vizinhança.

Aqui, a gestora busca o próximo Facebook. “A adoção de redes sociais na região é massiva, acredito que ainda possa haver alguns negócios interessantes nesse sentido. Vimos algumas mídias inovadoras saindo da Europa recentemente e me pergunto se não haverá aplicativos inovadores na América Latina prestes a se tornarem globais”, diz Flint.

Os setores de ecommerce e logística também têm atraído a atenção da NFX na região. O risco político pode ser um fator de adiamento, admite o executivo, mas dada a força do dólar, os negócios ainda estão atrativos. Na crise de liquidez tech, a gestora não precisou mudar drasticamente a operação, dado o perfil dos investimentos.

“Geralmente investimos em empresas de software, que são muito eficientes em termos de capital”, diz Flint. “É claro que alguns negócios específicos, com mais capex, podem ter mais dificuldades, mas até hoje não precisamos mudar nossa estratégia significativamente.”

Fonte: Pipeline Valor

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