A mudança ocorre após a estatal anunciar a mudança na política de preços de combustíveis
O presidente da Petrobras (PETR4), Jean Paul Prates, revelou hoje, terça-feira, 16 de maio, que haverá uma redução nos preços da gasolina, óleo diesel, GLP e gás de cozinha para as distribuidoras a partir de quarta-feira, 17 de maio. Essa mudança ocorre após a estatal decidir encerrar a prática de paridade de importação do petróleo e adotar uma nova política de preços.
De acordo com as novas medidas, o preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras diminuirá de R$ 3,18 para R$ 2,78 por litro, o que representa uma redução de R$ 0,40 por litro. O preço médio do diesel será reduzido de R$ 3,46 para R$ 3,02 por litro, uma diminuição de R$ 0,44 por litro. Já o preço médio do GLP, o gás de cozinha, cairá de R$ 3,22 para R$ 2,53 por kg, uma redução de R$ 0,69 por kg.
Jean Paul Prates afirmou em entrevista, ao lado do ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira, em Brasília, que essa mudança não representa um retorno ao passado, mas sim a implementação de um filtro que a Petrobras tem a capacidade de utilizar para atenuar esses efeitos. Ele destacou que essa é uma vantagem decorrente da capacidade de refino e da autossuficiência em petróleo da empresa.
Essa é a terceira redução no preço do diesel este ano, sendo que o combustível já havia tido uma redução de R$ 0,08 por litro em 28 de fevereiro. Quanto à gasolina, ela estava sem reajustes nas refinarias há 72 dias. Na segunda-feira, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) afirmou que, com base na política de preço de paridade internacional, a Petrobras teria margem para reduzir os preços dos combustíveis.
A Petrobras divulgou uma nota na qual afirma que a redução dos preços tem como objetivos principais manter a competitividade frente às principais opções de fornecimento para seus clientes e garantir a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos de refino, em equilíbrio com os mercados nacional e internacional. A empresa ressalta que busca evitar o repasse da volatilidade do mercado internacional e da taxa de câmbio na formação de preços, ao mesmo tempo em que mantém um ambiente competitivo de acordo com a legislação vigente.
Quanto à data em que os novos preços da gasolina e do diesel chegarão aos postos, a mudança anunciada pela Petrobras terá validade a partir de 17 de maio nas refinarias da empresa, onde o combustível é vendido às distribuidoras. Entretanto, o preço que o consumidor pagará nos postos pode variar.
No caso do diesel, a Petrobras informou que, como 12% do litro de diesel comercializado é composto por biodiesel de acordo com a lei, a fatia da Petrobras no preço total do litro do diesel será, em média, de R$ 2,69 por litro. No caso da gasolina, 27% do litro vendido é composto por etanol anidro de acordo com a lei, e a nova fatia da Petrobras será, em média, de R$ 2,03 para cada litro vendido nos postos.
Após isso, o preço final ao consumidor nos postos inclui margens de lucro ao longo da cadeia de produção e impostos locais, o que faz com que o valor final aumente.
A Petrobras implementou um novo modelo de precificação que se baseia em dois fatores: o custo alternativo do cliente, que é o valor a ser priorizado na precificação, e o valor marginal para a própria Petrobras. O custo alternativo do cliente leva em conta as principais opções de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou produtos substitutos, enquanto o valor marginal para a Petrobras é baseado no custo de oportunidade, considerando as diferentes alternativas da empresa, como produção, importação e exportação do produto e/ou dos petróleos utilizados no refino.
A Petrobras afirmou que essa nova estratégia visa considerar a melhor opção acessível aos clientes e permitir que a empresa seja mais eficiente na competição, levando em conta sua participação no mercado e a otimização de seus ativos de refino de forma sustentável. A empresa espera que essa mudança proporcione mais flexibilidade para praticar preços competitivos, aproveitando suas melhores condições de produção e logística e competindo no mercado com outros atores que comercializam combustíveis no Brasil, como distribuidores e importadores.
A Petrobras também informou que os reajustes de preços continuarão sendo feitos sem uma periodicidade definida, o que, segundo a empresa, evitará a incorporação das volatilidades do petróleo no exterior e da taxa de câmbio.
Fonte: Exame