A estatal Petrobras (PETR4), que vinha sendo alvo de críticas em meio à alta dos combustíveis durante a pandemia, alcançou o posto de maior pagadora de dividendos do mundo no segundo trimestre de 2022, de acordo com a 35ª edição do Índice Global de Dividendos da gestora Janus Henderson. A petrolífera brasileira distribuiu US$ 9,7 bilhões em proventos referentes ao segundo trimestre, superando gigantes globais como a Nestlé, a Allianz e a Microsoft. No segundo trimestre de 2021, a companhia havia distribuído o equivalente a US$ 1 bilhão em dividendos.
Esse aumento expressivo na distribuição de proventos se deve principalmente à combinação de aumento da eficiência da estatal, que passou por um longo processo de reestruturação, com a disparada do preço do barril de petróleo no mercado internacional.
Com um modelo de negócios mais eficiente, com foco na exploração de petróleo em águas profundas, redução do grau de endividamento e um produto valorizado, a Petrobras conseguiu reportar lucro líquido de US$ 11 bilhões no segundo trimestre deste ano, e caminha em direção a um novo recorde anual de lucro.
Com uma dívida menor e com uma estratégia que consiste na venda de ativos que não estão ligados ao seu novo foco de atuação, a Petrobras tem encontrado espaço para distribuir uma grande fatia de seus lucros aos seus acionistas.
Além disso, diante da situação preocupante das contas públicas brasileiras, o governo federal -principal acionista e controlador da estatal- tem inúmeros motivos para incentivar uma distribuição generosa de dividendos pela petrolífera.
Isso porque a fatia do lucro da Petrobras que é abocanhada pelo governo é imprescindível para que o ministro da Economia, Paulo Guedes, alcance seu objetivo de entregar um superávit primário das contas públicas no final deste ano -que seria o primeiro desde 2013.
Com o preço do petróleo se mantendo em patamares elevados, a expectativa é de que a Petrobras figure entre as principais pagadoras de dividendos do planeta no curto prazo, a despeito dos recentes cortes nos preços dos combustíveis anunciados pela companhia.
Pensando no longo prazo, é difícil prever se essa situação é sustentável, especialmente devido ao risco de mudança do modelo de gestão da estatal.
Fonte: Uol