Companhia integra marcas próprias e serviços, com nova proposta de fidelização em meio à competição acirrada no setor
Diante do cenário de crescimento contínuo no mercado pet, porém com uma concorrência crescente, a Petz está em processo de reformulação de sua marca para refletir a nova fase do grupo. Desde o IPO no final de 2020, a empresa expandiu suas operações, elevando sua receita anual de R$ 1,7 bilhão para R$ 4 bilhões.
Essas mudanças vão além de uma simples renovação da identidade visual ou reformas nas lojas. Elas ocorrem no momento em que a empresa busca integrar suas aquisições e mostrar que vai além do varejo, criando valor por meio de marcas próprias e um ecossistema de serviços.
O fundador e CEO, Sérgio Zimerman, afirma: “Estamos capturando as sinergias das aquisições, um processo que deve se intensificar em 2024. Isso acontece junto com a transformação da empresa e da relação entre os tutores e seus animais de estimação, e a mudança da marca é parte disso”.
Recentemente, a empresa deu um passo claro na integração externa, transformando seu aplicativo em uma plataforma mais abrangente, combinando varejo com outros serviços, reduzindo a complexidade para os clientes. Antes, os tutores precisavam usar um aplicativo separado para agendar serviços veterinários ou banho e tosa. Agora, no mesmo aplicativo, os clientes podem agendar serviços de atendimento veterinário e cuidados com os animais de estimação, além de receber sugestões personalizadas com base em análises de dados e histórico de compras.
O programa de fidelidade foi reformulado e melhor integrado à experiência do cliente, tanto nas lojas físicas quanto no ambiente digital, agora chamado de Clubz. Este programa não se limita mais a oferecer recompensas separadas para diferentes canais de compra, reconhecendo que os clientes frequentemente compram em diversos lugares.
Em um setor com margens ajustadas, a Petz tem apostado em marcas próprias, um movimento que ganhou relevância especial após as aquisições da Zee.Dog e Petix. Isso inclui a criação de acessórios que levam o nome da Petz e têm sido bem recebidos pelos consumidores.
As marcas próprias respondem por 8% da receita da venda de mercadorias, com a expectativa de dobrar esse percentual em até cinco anos. Enquanto a concorrência no varejo físico está aumentando, a Petz está se saindo bem graças às entregas diretas das lojas físicas e à ampla variedade de produtos especializados.
Em meio a esse cenário desafiador, a empresa está focada no crescimento orgânico e na captura de sinergias das aquisições, mas está aberta a movimentos que possam criar valor para o negócio, incluindo possíveis aquisições.
Rumores sobre uma fusão com a concorrente Cobasi surgiram, mas a Petz afirmou que, até aquele momento, não havia documentos preliminares ou definitivos relacionados a essa fusão.
No curto prazo, a empresa está se adaptando a um ambiente econômico onde os consumidores estão mais cautelosos. A Petz sinalizou uma estratégia de preservação de sua participação de mercado, o que inclui preços mais competitivos, embora isso deva pressionar suas margens brutas.
A ação da Petz acumula uma queda de 35% no ano, refletindo os desafios enfrentados pelas ações de varejo. Seu valor atual é de R$ 3,84, uma queda significativa em relação aos quase R$ 30 registrados em agosto de 2021.
Fonte: Exame