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Plantando batata? Kellogg dobra produção de Pringles no país e busca insumo local

Brasil passou de importador a exportador da batatinha da lata colorida em menos de cinco anos

A Kellogg vai dobrar a capacidade de produção de Pringles no Brasil, quase cinco anos depois de ter começado a produção local da batatinha. Desde então, as vendas da marca quintuplicaram no país – e a fábrica chegou ao limite.

Para brigar com a Pepsico (dona de Ruffles e Lay’s) pela liderança em salgadinhos de batata e avançar também em países vizinhos, a Kellogg vai investir R$ 250 milhões na planta de São Lourenço do Oeste, em Santa Catarina. Com a compra de maquinário e contratação de cerca de 200 funcionários para a linha, a multinacional quer atender parte da demanda de Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai, consolidando o Brasil como exportador do item.

“Esse investimento vai duplicar a capacidade produtiva da linha Pringles no país. A partir disso, vamos exportar para o Cone Sul e esperamos alcançar a liderança em batatas no país”, disse o colombiano Alberto Raich, VP e gerente geral para Mercosul da Kellogg, ao Pipeline.

Ainda que não seja líder de mercado, a Pringles conquistou uma prateleira difícil de alcançar na Kellogg no país. A batatinha das latinhas coloridas é o produto mais vendido de todo o portfólio da multinacional em canais online, representando mais de 50% de toda a operação da companhia.

A pequena São Lourenço do Oeste tem o único complexo fabril da Kellogg no mercado nacional, no rol das cinco maiores produtoras de Pringles do mundo — atrás dos Estados Unidos e outras plantas na Europa e no Sudeste Asiático. Dos 114 mil km2 de área construída da multinacional na cidade catarinense, 26 mil são ocupados pela marca.

A Kellogg comprou a marca Pringles da P&G em 2012, numa transação de quase US$ 3 bilhões. Até 2016, a multinacional não tinha produção de snacks no mercado brasileiro, e foi naquele ano que arrematou por R$ 1,4 bilhão a Parati, marca regional de massas e biscoitos do sul do país.

Três anos depois, a Kellogg aportou quase US$ 100 milhões em novas plantas no complexo industrial comprado em Santa Catarina, iniciando a produção local – nacionalizar a batatinha do cubo vertical, até então importada dos Estados Unidos e países da Europa, ajudou a reduzir os custos em 25% na distribuição nacional.

Os insumos, no entanto, ainda eram basicamente importados. Aos poucos, a companhia foi firmando parcerias locais e aumentando a matéria-prima brasileira na receita – mas ainda falta um bocado para a batatinha ser verdadeiramente Made in Brazil. O executivo diz que os insumos locais são parte relevante, mas ainda não maioria.

Ao lado da Bem Brasil, principal fornecedora local, a Kellogg tem capacitado produtores e equipado pequenas lavouras para a produção do tubérculo. A região de Uberlândia, em Minas Gerais, tem sido referência nesse sentido.

“O Brasil é um país com agricultores sérios, responsáveis e produtivos. Geralmente, procuram se dedicar a grãos, como soja e milho, mas a batata pode ganhar relevância em algumas regiões”, avalia Raich.

Segundo ele, o plano com os agricultores e o aumento da capacidade de produção é parte de uma estratégia global em que o Brasil ganha cada vez mais relevância para a Kellogg.

Mais conhecida por seu Sucrilhos, a Kellogg vendeu cerca de US$ 15,3 bilhões, em salgadinhos, cereais, biscoitos, refrescos em pó, massas e outros produtos em 2022. Em bolsa, a companhia vale US$ 22,7 bilhões.

Fonte: Pipeline Valor

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