No acumulado do ano até agosto, os dados mostram crescimento de 3,3% em relação ao mesmo período de 2021
O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) de agosto indica que a movimentação financeira real das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras voltou a crescer de modo mais significativo, após fracos resultados em junho e julho.
No último mês, o IODE-PMEs mostra que a média da movimentação financeira real do setor avançou 4,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já com julho de 2022, o índice mostrou crescimento de 6,8%. No acumulado do ano até agosto, os dados mostram crescimento de 3,3% em relação ao mesmo período de 2021.
O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, consistindo no monitoramento de 637 atividades econômicas que compõem cinco grandes setores: agropecuário, comércio, indústria, infraestrutura e serviços.
Apesar da taxa básica de juros continuar em nível elevado, o que penaliza a evolução do consumo e dos investimentos na economia, o período recente tem sido marcado por redução das pressões inflacionárias no Brasil, com destaque para a queda dos preços domésticos da gasolina e do diesel.
“O recuo dos preços de combustíveis afeta de modo significativo todos os setores da economia, já que grande parte das atividades tem elevada exposição dos custos aos combustíveis. Ou seja, o quadro atual acaba favorecendo diversos empreendedores, que tiveram que lidar com o forte aumento dos preços de combustíveis no país no decorrer do primeiro semestre do ano”, diz Felipe Beraldi, gerente de indicadores e estudos econômicos da Omie.
Indústria e Comércio crescem
O resultado positivo do mercado em agosto foi puxado pelo bom desempenho nos setores da Indústria e do Comércio.
No primeiro, a movimentação financeira real do setor avançou 15,7% em agosto de 2022 na comparação anual, puxada por atividades ligadas ao setor coureiro, alimentício e químico, especialmente.
O segundo também se destacou no mês, com crescimento de 10,6% frente a agosto de 2021. No período, o desempenho do índice refletiu o avanço verificado no setor varejista, com destaque para atividades como: ‘varejo de artigos de cama, mesa e banho’, ‘varejo de calçados’ e ‘varejo de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – minimercados, mercearias e armazéns’.
Perda de fôlego
Apesar do crescimento do índice geral do mercado de PMEs, há importantes setores que seguem mostrando perda de fôlego nos últimos meses. No segmento de Infraestrutura, por exemplo, o IODE-PMEs indica queda de 7,4% da movimentação financeira real em agosto na comparação anual. A atividade do setor de Serviços também seguiu mostrando ritmo enfraquecido no período recente.
O setor de Serviços detém importante participação no mercado de pequenas e médias empresas brasileiras. Segundo informações do Sebrae, dentre os cerca de 7 milhões de CNPJs ativos de microempresas e empresas de pequeno porte, cerca de 47% estão concentradas em atividades ligadas ao setor de Serviços.
Considerando o tamanho deste setor na economia brasileira, o IODE-PMEs traz um alerta nos últimos três meses. Especificamente em agosto, a movimentação financeira real do setor recuou 2,6% na comparação anual, após queda de 4,5% observada em julho.
“De fato, ao analisarmos a evolução da tendência da movimentação financeira das PMEs de Serviços – considerando que a média móvel do índice limpa a série de flutuações meramente sazonais –, observa-se uma clara perda de fôlego do setor no período recente, após resultados bastante expressivos entre o segundo semestre de 2021 e o primeiro trimestre deste ano”, explica Beraldi.
Do ponto de vista das atividades que compõem o setor de Serviços, os fracos resultados verificados nos últimos meses estão concentrados nos segmentos de ‘Saúde humana e serviços sociais’ e ‘Atividades profissionais, científicas e técnicas’. Também se observa desempenho abaixo da média das atividades de serviços ligadas ao setor de ‘Transporte, armazenagem e correio’.
Fonte: Exame