A Pravaler, empresa de financiamento estudantil da qual o Itaú detém fatia de 42,5%, comprou a Amigo Edu. A edtech conecta universitários a bolsas de estudos e tem uma plataforma de vestibular on-line que salvou algumas universidades privadas na pandemia e já foi usada para avaliar 500 mil aspirantes a vagas.
O valor da aquisição não foi informado, mas será quitado em dinheiro e ações da Pravaler. A nova dona vai absorver as 45 pessoas da equipe da Amigo Edu, inclusive o co-fundador José Roberto Dantas, que começou a carreira nas escolas da família no interior de Minas Gerais e criou a edtech há menos de três anos.
Beto, como é conhecido, ocupará cargo executivo na Pravaler, da qual também se tornará sócio. A edtech tinha ainda dois outros sócios-investidores, Bruno Guedes e Yan Tironi.
— Há um ano e meio começamos a diversificar o negócio para além do crédito para ensino presencial, lançando financiamento para intercâmbio, para cursos de tecnologia de curta duração e até para as próprias instituições educacionais. Com a Amigo Edu, vamos dar opções de bolsas para alunos que não tiveram o crédito aprovado e, para as instituições, avançaremos na proposta de digitalização — conta à coluna Carlos Furlan, CEO da Pravaler.
Produtos
Segundo Furlan, o marketplace de bolsas estudantis da Amigo Edu já gerou mais de 20 mil matrículas nos menos de três anos da edtech. Outros produtos da start-up são a Conta E., conta digital voltada para o público universitário, um simulado virtual para o Enem e um aplicativo com todas as questões que já caíram no exame na última década.
Furlan não informa quanto a adquirida fatura, mas, em entrevistas anteriores, a Amigo Edu previu que fecharia 2020 com R$ 10 milhões em receitas. De acordo com o CEO da Pravaler, as duas empresas combinadas devem faturar R$ 300 milhões este ano:
— Nosso plano é que serviços não-financeiros representem 10% do nosso faturamento em 2025, quando queremos atingir R$ 10 bilhões em volume já financiado. Hoje estamos pouco acima de R$ 4 bilhões.
Essa foi a primeira aquisição da Pravaler, que existe desde 2001 e cujo crédito privado ganhou força com o enxugamento do Fies nos últimos anos. A compra é fruto do braço de fusões e aquisições criado pela companhia no fim do ano passado e que avalia outros negócios no momento.
A Pravaler diz ter crescido em 4,5% seu faturamento no ano passado, mesmo com a pandemia, e espera ampliá-lo em 20% este ano.
— Por causa da pandemia, há uma enorme demanda reprimida pelo curso presencial. Já observamos um aumento de 88% na procura de alunos que fizeram vestibular no meio deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado — diz o CEO.
Fonte: O Globo