A promulgada reforma tributária, divulgada no Congresso nesta quarta-feira (20), gerou desconforto em algumas montadoras. A GM, Toyota e Volkswagen expressam a preocupação de que o texto tenha favorecido o grupo Stellantis, fabricante dos modelos Fiat, Jeep e RAM em sua unidade de Goiana (PE). O artigo 19 da PEC da reforma amplia benefícios e isenções fiscais para montadoras localizadas no Nordeste e no Centro-Oeste.
O vice-presidente da GM no país, Fabio Rua, em entrevista ao IM Business, argumenta que a renovação de incentivos concedidos há 26 anos a uma montadora por mais oito anos contradiz o discurso do governo de atrair investimentos e reindustrializar o país.
Além da Stellantis, a medida também beneficiaria a CAOA e a HPE Automotores, representante da Mitsubishi e Suzuki no Brasil, embora produzam em escala muito inferior à Stellantis.
Em nota ao IM Business, a Stellantis defendeu a medida, afirmando que a reforma proporcionará um futuro mais próspero para o Brasil. No entanto, Rua destaca que a escolha beneficiou uma única montadora, resultando em benefícios que ultrapassaram R$ 50 bilhões desde 2014.
Os governadores do Consórcio Nordeste apoiam a medida, argumentando que os investimentos na região promoveram progresso social e indicadores econômicos positivos. O artigo 19 da PEC da Reforma Tributária recebeu aprovação integral, sendo considerado um passo para fortalecer a indústria nacional e impulsionar o desenvolvimento regional.
Para o VP da GM, o texto aprovado contradiz o discurso de descarbonização e pró-transição energética do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele ressalta que a renovação de incentivos por oito anos para a produção de carros a combustão indica uma preferência do país por essa tecnologia em detrimento da eletrificação da frota. Na visão de Rua, o Brasil perdeu mais do que uma empresa ganhou com essa decisão.
Fonte: Infomoney