Companhia vem buscando alternativas para uma desalavancagem significativa
Em busca de estratégias para reduzir sua alavancagem financeira, a Ânima Educação tomou a decisão de envolver o banco J.P. Morgan na alienação de uma parcela da Inspirali, conforme informações obtidas pelo Pipeline. Essa vertical, centrada em cursos de medicina, é considerada a joia mais valiosa do grupo.
Nos meses recentes, a Ânima havia considerado a possibilidade de vender participações ou mesmo a totalidade de algumas de suas universidades, como indicado anteriormente pelo Valor. Contudo, dado o múltiplo comprimido do negócio consolidado, a aposta mais favorável parece ser um cheque mais atrativo direcionado à Inspirali. Isso proporcionaria recursos à holding para a redução de seu endividamento.
A Inspirali já conta com o envolvimento de um fundo gerenciado pela DNA como acionista, participando da operação a um múltiplo estimado em cerca de 11 vezes o Ebitda. Em comparação, a Ânima negocia a uma fração disso no mercado de ações, com suas ações próximas da cotação mínima histórica. A transação realizada em novembro de 2021 envolveu a DNA adquirindo 25% da Inspirali por R$ 1 bilhão, avaliando a operação de medicina em R$ 3 bilhões em valor patrimonial e R$ 5 bilhões em valor empresarial.
No balanço do terceiro trimestre divulgado hoje, a companhia já demonstra uma redução no endividamento, passando de 3,9 vezes no segundo trimestre para 3,4 vezes. Isso alivia um pouco a pressão para concluir uma transação de fusão e aquisição, uma vez que seu covenant é de 3,5 vezes.
Uma fonte próxima à operação destaca: “Com a queda nas taxas de juros e os esforços internos, se a companhia conseguir manter esse controle, pode reconsiderar as potenciais transações e aguardar um momento mais propício no mercado. No entanto, apenas uma fusão ou aquisição proporcionaria uma redução significativa da alavancagem no curto prazo.”
Questionada sobre esses desenvolvimentos, a Ânima afirmou que “está sempre atenta e avaliando oportunidades de mercado e negócios para desbloquear valor para seus acionistas, além de aprofundar discussões que priorizem a agenda de desalavancagem.” A empresa também esclareceu que, até o momento, “não há negociações em andamento para a possível venda de parte da Inspirali”, e qualquer especulação sobre o assunto é comum no setor. Comprometeu-se a comunicar prontamente ao mercado qualquer movimento nesse sentido, em conformidade com os princípios de clareza e transparência.
Fonte: Pipeline Valor