Erika Matsumoto, CEO da Urba, braço do grupo MRV, foi referência para as mulheres da empresa
Erika Matsumoto era um peixe fora d’água quando chegou à MRV, em 2019. Foi chamada para liderar a operação da Urba, braço de loteamentos do grupo e, entre os mais de 50 diretores do grupo, era a única mulher a estar na sala de reuniões. Não faz parte da família Menin, do bilionário fundador da empresa. “E, por ter ascendência japonesa, chamava a atenção por ser algo incomum na capital mineira”, diz a engenheira nascida e criada em São Paulo. “As mulheres mais jovens às vezes me param no elevador para perguntar algo da minha carreira porque, quando cheguei, não havia outras para se espelhar. Hoje isso já mudou.”
Em seu primeiro ano como CEO da Urba, a executiva ajudou a triplicar o lucro da empresa. Em 2020, a Urba apresentou um resultado líquido de R$ 11,5 milhões, frente a R$ 2,9 no ano anterior. “Fizemos loteamentos no estilo do que chamamos smart city, com wi-fi nas praças públicas, academia, clube. Acabei transformando a empresa, que ficou mais conhecida dentro do grupo.”
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Os resultados a tornaram não só mais conhecida dentro e fora do mercado, como também respeitada. “Triplicamos a venda de unidades no primeiro ano, algo que eu ouvi que era ‘ impossível’ logo que cheguei.”
Para chegar a esse resultado, Erika reuniu uma grande bagagem técnica com seu perfil comercial. Em seu currículo, além da MRV constava apenas uma empresa, a Racional Engenharia, onde começou como estagiária e trabalhou por 22 anos. “Comecei em uma época em que o estágio nem era remunerado. Eu ia lá e fazia o que precisava”, diz.
Na Racional, onde chegou à vice-presidência, foi a responsável pelo projeto de reformulação do aeroporto internacional Hercílio Luz, em Florianópolis (SC) e a fábrica da Land Rover e Jaguar em Itatiaia (SC). “Eu liderei as negociações, mas quando fechamos o executivo britânico disse que só iria adiante se eu tocasse a operação da construção. E assim fui assumir mais uma área, o que contribuiu para o meu perfil hoje, de gerir a operação como um todo.”
Quem me apoiou
“Meus pais são figuras até hoje muito presentes e referências de valores. Na carreira, meu padrinho, engenheiro civil, me influenciou na escolha da faculdade e Takeshi Kano, meu ‘tio’de coração, abriu as portas para o meu primeiro emprego como estagiária na Racional.”
Turning point da carreira
“São 2: quando comecei a desenvolver na Racional a área de real estate e quando deixei a empresa, depois de quase 23 anos.”
Causas que abraço
“Igualdade de condições, diversidade e pluralidade. Adoraria também fazer algo relacionado à educação de base.”
O que ainda quero fazer
“Quero fazer a diferença na vida do máximo de pessoas possível. Ser mentora, ser coach ou mesmo ser uma referência positiva.”
Quinzenalmente a Forbes publica a coluna Minha Jornada retratando histórias de mulheres que trilharam vidas e carreiras de sucesso.
Fonte: Forbes