A startup de delivery de bebidas apresentou uma receita líquida de R$ 38,5 milhões em 2022, alta de 340%
Jessica Gordon, originária de São Paulo, se destacou como uma figura proeminente em um setor notavelmente distinto de sua área de expertise: o ramo de entregas de bebidas. Como líder da Bebida na Porta, uma startup que ela fundou em 2018, Gordon está no comando de uma empreitada que está projetada para alcançar uma receita líquida de 115 milhões de reais ao longo de 2023.
Este montante representa um incrível crescimento de 200% em comparação com os números do ano anterior. No ano passado, a Bebida na Porta registrou uma receita operacional líquida de 38,5 milhões de reais, um notável aumento de 340% em apenas 12 meses. Os dados referentes à empresa foram corroborados pelo ranking EXAME Negócios em Expansão 2023.
O portfólio da Bebida na Porta abarca mais de 200 variedades de bebidas e snacks, os quais chegam até a residência dos consumidores paulistanos em média 20 minutos após terem sido solicitados.
O empreendimento opera com uma estrutura eficiente, valendo-se de centros de distribuição compactos, conhecidos como dark stores, que permitem à empresa agilmente despachar suas mercadorias aos consumidores, sem perturbar qualquer ocasião especial.
Os Modelos de Negócio Adotados Pela Startup
Em um intervalo um pouco acima de cinco anos, essa startup transformou-se em uma espécie de intermediária, conectando consumidores à indústria de bebidas. Além das vendas diretas através de seu próprio aplicativo, a Bebida está integrada a plataformas conhecidas como Ifood e Rappi, além de atuar como o parceiro logístico do Zé Delivery.
Além disso, a empresa também administra as lojas online de bebidas de gigantes do setor, como a Ambev, Evino e Grand Cru. Esse aspecto do negócio, denominado “whitelabel,” compreende cerca de 20% de sua operação total. Esse formato permite que as marcas dos parceiros sejam exibidas nos aplicativos, fortalecendo a estratégia de posicionamento das marcas e estreitando sua proximidade com os consumidores.
As relações mantidas com esses importantes parceiros e fornecedores vão além das transações comerciais e integrações tecnológicas. É por meio de diálogos e trocas de ideias que a empresa delineia novos mercados para explorar.
Hoje, além de sua base em São Paulo, a startup expandiu para o Rio de Janeiro, Belo Horizonte, em Minas Gerais, e está gradualmente adentrando o mercado de Curitiba, no Paraná.
Jessica Gordon destaca: “O diferencial que nos trouxe até aqui foi estabelecermos inúmeras parcerias na indústria e adotarmos a estratégia de nos aproximarmos das empresas de grande porte. Isso nos permite oferecer preços vantajosos aos consumidores finais, impulsionando as vendas e o volume de transações.”
A Opção pela Independência Financeira
O conceito por trás da Bebida surgiu da insatisfação que a executiva anteriormente vinculada à área de recursos humanos sentia em relação aos aplicativos de conveniência disponíveis em 2017. Mesmo não possuindo experiência no varejo ou no empreendedorismo, ela buscou mentores e conselheiros para validar a concepção e o modelo de negócio.
Com uma trajetória que inclui 10 anos de experiência em empresas renomadas como Catho e Votorantim, ela afirma: “Minha atuação sempre esteve voltada para a estratégia de desenvolvimento humano e organizacional, algo que certamente contribuiu quando decidi me lançar no empreendedorismo.” Atualmente, a empresa lida com mais de 100 mil pedidos mensais.
Para atender à demanda, que atinge picos nos fins de semana e em dias de jogos de futebol, a Bebida instalou dark stores em intervalos de três quilômetros em São Paulo, onde se encontram 22 das 30 unidades do negócio.
A ambição é transplantar esse modelo para suas novas regiões de atuação. Gordon afirma: “Nossa meta é estar presente nas principais capitais e cobrir extensivamente os territórios. Quanto mais próximo estivermos do consumidor final, mais rápido será seu engajamento com o serviço de entrega.” A única incerteza reside no ritmo pelo qual esse processo se desdobrará.
Gordon não tem a intenção de buscar financiamento no mercado financeiro, optando por manter a independência da Bebida. Isso permite que a empresa continue moldando suas estratégias e parcerias que a levaram até este estágio.
“Os fundos de venture capital não nos permitiriam forjar parcerias tão sólidas como as que mantemos com a Ambev, o Zé Delivery e o Ifood. Eles geralmente operam sob o lema: ‘Sobreviva por si só, e então investiremos milhões, sendo tudo ou nada’.”
Fonte: Exame