Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá, nascida em Passos, Minas Gerais, será a primeira mulher a assumir a presidência da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) em seus 50 anos de história. A nomeação da pesquisadora foi confirmada pelos conselhos administrativo e de elegibilidade da instituição em 28 de abril de 2023, e sua posse aconteceu em 1º de maio.
Massruhá faz parte da equipe de pesquisadores da Embrapa desde 1989, sendo doutora em computação aplicada pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Sua tese de doutorado foi intitulada “O modelo de inteligência artificial para diagnóstico de doenças de plantas”. A pesquisadora é mestre em automação pela Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e graduada em Análise de Sistemas pela PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica de Campinas).
Massruhá tem participado de importantes transformações na área de informática agropecuária, desde a fábrica de softwares, passando pela década da internet até a atual era digital, em que a computação se tornou o terceiro pilar da pesquisa científica, juntamente com a teoria e a experimentação.
Entre suas áreas de conhecimento está o desenvolvimento de tecnologias para sistemas complexos ou para soluções interdisciplinares portadoras de futuro, que utilizam ferramentas como Inteligência Artificial, blockchain e Internet das Coisas (IoT), entre outras.
“É uma honra assumir a presidência da Embrapa em um momento tão especial, quando a instituição completa 50 anos. É também um marco para a gestão da empresa, que terá uma mulher na presidência pela primeira vez. Isso representa um passo importante para uma gestão mais igualitária e inclusiva”, disse Massruhá.
Ela destacou alguns desafios trazidos pelas mudanças no setor agropecuário, como a demanda por alimentos mais saudáveis e transparentes, e a transição para matrizes energéticas mais limpas. A pesquisadora acredita que a pesquisa tem muito a desenvolver nessas e outras áreas, sempre com foco na sustentabilidade ambiental, social e econômica.
A carreira de Massruhá esteve por cerca de três décadas ligada à Embrapa Informática Agropecuária, unidade localizada em Campinas (SP), que recentemente passou a se chamar Embrapa Agricultura Digital, para melhor refletir seu papel multidisciplinar e transversal. Durante sua gestão como chefe-geral do centro de pesquisa (2015 a 2022), a pesquisadora liderou a mudança de nome da unidade. Antes de assumir cargos de gestão, Massruhá atuou por 20 anos na pesquisa, liderando projetos na área de engenharia de software, inteligência artificial e computação científica aplicada à agricultura.
Atualmente, Massruhá lidera o recém-criado Centro de Ciência para Desenvolvimento em Agricultura Digital, apoiado pela Fapesp.
Fonte: Forbes