United Creators, Distrito e Grupo Nexcom serão sócios da Revo, que terá o faturamento inicial garantido pelo Softbank
Num ambiente de liquidez escassa, o uso mais racional do caixa é um imperativo — um tanto óbvio — para as startups, mas não exatamente simples. Para melhorar a eficiência dos investimentos em marketing das investidas do portfólio na América Latina, o Softbank acaba de patrocinar a criação de Revo, uma companhia dedicada às 88 investidas da firma de Masayoshi Son.
“Estávamos atrás de um fornecedor, mas não achamos. Então, decidimos desenvolver um”, contou Eduardo Vieira, o líder de marketing, comunicação e relações corporativas do Softbank para a América Latina. Na construção do novo negócio, o executivo fez um périplo e aproveitou o conhecimento acumulado nos anos de agência — ele fundou a Ideal e WPP.
O Softbank vai garantir uma boa parte do faturamento da Revo, comprando serviços que serão oferecidos às startups do portfólio, mas não será sócio. A nova companhia surge a partir da união de três grupos com expertises diferentes: United Creators, holding controladora da agência de publicidade Suno; o hub de startups Distrito; e o Grupo Nexcom, dono das agência de comunicação Fato Relevante e Pub — firma que tem clientes como o próprio Softbank e XP.
Vieira não abre os termos do investimento, mas fontes que conhecem o negócio dizem que a Revo já começou a operar, interagindo com startups como Descomplica, MadeiraMadeira, Creditas, Unico, QuintoAndar e WeWork.
Para comandar a operação, a Revo trouxe duas executivas: Stella Guillaumon, que foi diretora de growth da Microsoft e também passou pela Adobe, e Cintia Gonçalves, fundadora da consultoria Wiz&Watcher e ex-sócia da agência de marketing Almap BBDO. O time da Revo já tem cerca de 15 pessoas, unindo experiência em negócio, inteligência de dados e mídia.
Para o Softbank, a criação da Revo atende a uma necessidade de aprimorar uma área que leva boa parte dos recursos captados pelas startups. Estima-se que 40% dos aportes recebidos sejam direcionados para os investimentos em marketing. “Uma das dores comuns das empresas do portfólio é melhorar a relação CAC/LTV. Com a Revo, vamos dar mais inteligência para entender melhor os canais”, disse Vieira.
A consultoria atenderá exclusivamente as companhias do portfólio, mas a receita garantida pelo Softbank não será a única. Paralelamente, as próprias startups poderão contratar os serviços da Revo. A expectativa de Vieira é que, com o tempo, novos serviço sejam criados pela nova companhia.
Fonte: Pipeline Valor