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Startup fatura com plataforma de gestão de equipe para áreas complexas

Empresas que gerenciam os riscos de suas operações evitam possíveis prejuízos e questões ligadas à falha humana. Essa gestão é ainda mais importante quando envolve setores de operação complexa, como os de mineração, siderurgia e petróleo. Pensando nisso, Álvaro Antunes fundou a Intcom, HRTech que fornece soluções digitais para gestão de pessoas nessas áreas.

“Em uma operação complexa é preciso alocar pessoas em lugares diferentes, plataformas e navios. Além disso, tem questões que envolvem logística, treinamento e competências. Quando você cruza isso no sistema, consegue otimizar o custo de logística, multas, gratificações extras e retreinamento”, explica o fundador.

Com experiência em operadoras de petróleo, Antunes teve a ideia do negócio em 2011, quando percebeu uma falta de digitalização e de soluções focadas em gestão de recursos humanos, produtividade e redução de riscos nesse tipo de atividade. “Na época, a gente fez um benchmark e percebemos que existia um gap justamente nessa parte de planejamento, alocação e gestão de vidas”, afirma Antunes.

Para solucionar o problema, ele desenvolveu um produto que se chamava “people organize”, voltado a esse tipo de gestão interna. “A gente não tinha dinheiro e nem investimento, fizemos contando com recursos de clientes. Buscamos dois deles, que estão conosco até hoje, e fomentamos a primeira versão. Fomos levando para o mercado e foi crescendo”, relembra o empreendedor.

Em 2014, a solução atraiu interesse da Confrapar, um fundo brasileiro que investiu na startup. No mesmo ano, a HRtech virou uma Sociedade Anônima de Capital Fechado. “Foram dois milhões de reais captados, e esse fundo ajudou a evoluir o produto. Um aspecto muito positivo com a entrada da Confrapar foi a obrigação da nossa empresa se tornar S.A. Isso requer compliance, governança e ser auditado anualmente. Então, a gente tem um compliance de empresa grande, mesmo sendo startup”, diz Antunes. Após o investimento, a Intcom desenvolveu uma nova versão da solução, chamada BlueOpex.

No entanto, a crise do petróleo em 2016, quando o preço do barril estava sendo negociado abaixo de US$ 30, fez com que a startup perdesse receita, já que clientes reduziram as operações. “Nós perdemos quase metade do faturamento, muitas empresas fecharam. Chegamos a ter cinco pessoas no time, pensamos em fechar também”, conta Antunes – antes da crise, a equipe havia chegado a 20 pessoas. Segundo ele, porém, o cenário acabou trazendo a oportunidade para uma mudança de conceito, levando a startup priorizar produtos multimercado, voltados a diferentes indústrias. A entrada de dois investidores também colaborou para a reestruturação. 

Em 2019, já com esse novo foco, a HRTech foi selecionada em um programa de aceleração da SAP. “Foi uma questão fundamental na virada de chave da Intcom. Nós fomos acelerados e na sequência começamos a nos aproximar da SAP.” Agora, a HRTech conseguiu que seus produtos fossem homologados para serem ofertados no marketplace da SAP. “Com isso, a gente passa a contar agora com o time de vendas global da SAP,  que contém cerca de 10 mil vendedores. Nosso tíquete médio aumenta quase dez vezes”, diz o empreendedor.

Atualmente, o principal produto da empresa é o BlueOpex, um SaaS focado na gestão de pessoas e planejamento de equipes em áreas complexas. Outra solução é o BlueJV, que faz monitoramento, geração e controle de dados em tempo real para prever riscos em operações. Segundo Antunes, o BlueOpex corresponde a 80% do faturamento. O tíquete médio das soluções é de R$ 300 mil por ano. 

“O processo de venda é B2B, um processo consultivo com entendimento do negócio. Não temos uma plataforma em que qualquer empresa chega, cadastra sua conta e passa o cartão”, explica Antunes. Hoje, a Intcom atende mais de 40 empresas. Segundo o empreendedor, o uso das tecnologias traz uma redução média de 30% no custo operacional das companhias, em áreas como logística, treinamento e pagamento de hora extra.

A projeção da startup é crescer 20 vezes em três anos. Para isso, Antunes afirma que está procurando fundos internacionais. Os recursos, quando captados, serão destinados para a área de marketing e vendas. “Tenho quarenta e cinco funcionários, mas na área de vendas são apenas três. A SAP já está me trazendo oportunidades, então eu preciso ter uma estrutura de pós-venda para suportar essa demanda.” Além disso, estão sendo desenvolvidos novos produtos que incorporam inteligência artificial e blockchain. 

Fonte: Revista PEGN

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