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Super Bowl tem show histórico com rap de gigantes dos anos 1990

Em uma performance que envolveu vários cenários, inúmeros dançarinos, carros antigos e uma sequência de hits gigantes, cinco figuras lendárias do rap e do R&B se apresentam neste domingo no centro do estádio SoFi, em Inglewood, nos Estados Unidos, no show do intervalo do Super Bowl? —a final do futebol americano e também maior audiência da TV americana.

Pouco depois das 22h, na metade da partida entre os Cincinnati Bengals e os Los Angeles Rams, Dr. Dre, Snoop Dogg, Eminem, Mary J. Blige e Kendrick Lamar entregaram o que já era anunciado desde que foram escalados —uma apresentação histórica, que certamente entrará para a lista de mais simbólicas já feitas nos jogos.

A performance no intervalo da partida é considerada um dos pontos altos da carreira de um artista. São cerca de 15 minutos para justificar a escolha feita para tentar agradar a um público que ultrapassa 100 milhões de pessoas e que não necessariamente ligou a TV para ver a apresentação.

Dessa vez, no entanto, pouco precisava ser provado, já que o quinteto soma 44 prêmios Grammy, o mais importante da indústria fonográfica americana, e tem importância inegável para a música mundial. Isso não quer dizer, no entanto, que o grupo não tinha mais história para fazer.

Foi a primeira vez que artistas de rap e majoritariamente negros guiaram uma apresentação do intervalo inteira —uma ausência marcante em uma NFL na qual a imensa maioria dos atletas é negra. A mudança é um dos efeitos da associação da Roc Nation, gravadora do rapper Jay-Z, ao evento.

Durante a apresentação, o único cantor branco no lineup, Eminem, se ajoelhou em homenagem ao jogador Colin Kaepernick, que em 2017 liderou os protestos dos atletas da NFL contra a violência da polícia americana a pessoas negras e que depois disso foi expulso da liga.

Além disso, por iniciativa de Dre, foi a primeira vez que o show do intervalo incluiu intérpretes de linguagem de sinais na transmissão. A responsabilidade foi de Sean Forbes e Warren “WaWa” Snipe, dois rappers surdos, que fizeram a interpretação ao vivo em alguns aplicativos.

Eminem se ajoelha durante apresentação no intervalo do Super Bowl

Musicalmente, o show foi uma reunião de clássicos facilmente reconhecidos por qualquer pessoa que goste de música e tenha ouvido rádio nos anos 1990 e 2000. A primeira a ser tocada foi “The Next Episode”, canção de Dre com Snoop Dogg lançada em 2011 e uma das batidas mais reconhecíveis do rap.

Logo depois, a atração surpresa 50 Cent surgiu pendurado de ponta cabeça em “In Da Club” exatamente como fez no clipe da música de 2003; Mary J. Blige subiu no cenário com uma roupa brilhante para cantar seu maior sucesso, “Family Affair” —que tem dedo de Dr. Dre na composição— e “No More Drama”; Kendrick Lamar surgiu em meio a dançarinos que vestiam faixas que diziam “Dre Day” para entoar “M.A.A.D. City” e “Alright”, e Eminem, que foi descoberto por Dre, quebrou uma das estruturas para cantar “Lose Yourself”. Anderson Paak, vencedor de quatro estatuetas do Grammy, também participou na bateria.

Cenário do show do intervalo do Super Bowl, que aconteceu neste domingo (13)

Dre, que guiava toda a performance, escolheu cantar “California Love”, lançada com 2Pac em 1995 e “Still Dre” —cantada com Snopp Dogg e escrita com Jay-Z. Para a última, que encerrou o show, todos subiram ao palco montado atrás dos famosos carros que aparecem no clipe.

Desde que o evento foi criado, nos anos 1980, já tocaram no intervalo nomes como Prince, Madonna, Beyoncé e os Rolling Stones. A última performance, bem elogiada, foi a de The Weeknd, que teve a difícil missão de entreter o público trancado em casa por causa da pandemia.

Fonte: Folha

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