O Fórum Encadear 2022 começou nesta quarta-feira (17) na capital paulista, projetando o conceito ESG (sigla, em inglês, para Sustentabilidade, Social e Governança) no centro do debate para o avanço produtivo das micro e pequenas empresas. Promovido pelo Sebrae a cada quatro anos, o Encadear visa contribuir para melhorar a competitividade, a sustentabilidade e a inovação dos pequenos negócios inseridos ou com potencial de inserção nas cadeias de valor das médias e grandes empresas.
Presidente do Sebrae, Carlos Melles, discursa na abertura do Fórum Encadear em São Paulo. Crédito: Túlio Vidal.
“As micro e pequenas empresas são quase tudo para o país, é um setor que comprovadamente diminui o desemprego no Brasil, fortalecendo ainda mais a nossa missão”, afirmou Carlos Melles, presidente do Sebrae na abertura do evento. Representando o Ministério da Economia, o secretário especial de Produtividade e Competividade, Alexandre Ywata, citou a atuação do Sebrae como “fundamental” para a inclusão econômica dos cidadãos que mais precisam, aqueles que dependem de auxílio social e têm dificuldade de se inserir no mercado de trabalho. “Fomentamos a entrada dessas pessoas no empreendedorismo por meio de diversas linhas de crédito. Hoje, 30% do PIB (Produto Interno Bruto) se deve ao segmento das micro e pequenas empresas e queremos que chegue a 40%.” O futuro da economia e dos negócios, porém, depende de mudanças na mentalidade dos empreendedores e dos líderes das grandes corporações.
O secretário especial de Produtividade e Competividade do Ministério da Economia, Alexandre Ywata, durante sua fala no Fórum Encadear. Crédito: Túlio Vidal.
“Os negócios precisam ser mais transparentes e só chegaremos lá com a resiliência das empresas e da economia como um todo”, destacou o consultor britânico John Elkington, convidado de honra da edição deste ano do Fórum Encadear.
Do alto da experiência de décadas de atuação, Elkington enxerga os pequenos negócios como o principal motor da sustentabilidade. Autor de mais de 20 livros sobre responsabilidade socioambiental das corporações, é ele o idealizador do conceito ESG, modelo de gestão no qual hoje se baseiam os investimentos sustentáveis. “O Sebrae deve estar atento e deve fomentar a adoção de medidas que mitiguem os impactos ambientais negativos gerados pelas micro e pequenas empresas, começando pelas instalações das mesmas, que podem, por exemplo, privilegiar a ventilação e luz naturais.”
E, para convencer os empresários de que atuar de maneira ecologicamente correta e responsável é mais do que necessário em um mundo em transformação e assolado pela crise climática, Elkington recomenda: “Trabalhar em cadeia é a melhor forma de engajamento das pequenas e médias empresas no processo ESG”.
O consultor britânico John Elkington, autor de mais de 20 livros sobre responsabilidade socioambiental das corporações. Crédito: Túlio Vidal.
Programação
A programação da tarde desta quarta-feira no Encadear inclui quatro painéis com líderes de grandes empresas: “Potencialize os resultados com práticas ESG na cadeia de valor”; “Competitividade de ponta a ponta”; “Inovabilidade como fator de diferenciação” e “Construir o futuro e sustentar a transformação”.
Já no segundo dia de evento, serão mais de 20 palestras com temáticas de inovação, investimento e negócios, como digitalização, ESG para pequenos negócios, empreendedorismo feminino, entre outros. Também no dia 18, a proposta é a geração de negócios entre grandes e pequenas empresas, com a divisão do evento em três ambientes: Negócios – quando será realizada uma rodada de negócios presencial com 30 âncoras –, Inovação – com a exposição de soluções de cleantechs de projetos do Sebrae – e Investimento – que prevê uma banca de investidores. Paralelamente, a programação inclui três palcos com palestras e cases de 20 a 30 minutos com temas de interesse do pequeno negócio.
Fonte: Agência Sebrae