A Agência CNI de Notícias conta histórias de como o setor produtivo brasileiro se mobilizou e deu resposta rápida à sociedade, assegurando o abastecimento e atendendo demandas do sistema de saúde
Produção brasileira
Quando a pandemia levou o país a viver sob estado de calamidade, um impacto que se temia era o do desabastecimento, seja nas plateleiras dos supermercados, seja no sistema de saúde. Ainda que os efeitos sanitários e econômicos permaneçam, a indústria tem feito a sua parte para ajudar o Brasil na travessia deste período mais agudo da crise que enfrentamos. Em todo território, o setor produtivo mostrou solidariedade e velocidade de resposta, realizando ajustes rápidos em linhas de produção para atender necessidades básicas da população.
Neste último 25 de maio, Dia da Indústria, a Agência CNI de Notícias reuniu histórias de empresas e setores industriais que se mobilizaram no combate à pandemia em meio às dificuldades trazidas pelas medidas de isolamento social. São iniciativas para atender comunidades locais e suprir o sistema de saúde de insumos essenciais aos profissionais que estão na linha de frente do tratamento da população.
“A indústria está fazendo a sua parte, não apenas com o intuito de garantir o suprimento de itens primordiais para a contenção da crise como o de diminuir seus impactos sobre a economia”, afirma o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade.
Conheça algumas dessas histórias de como a história tem contribuído com a população e o poder público a superar a crise causada pela pandemia.
Calçados
Funcionária da empresa de calçados infantis costura máscaras para doação
A indústria de calçados infantis Kidy, situada no polo calçadista de Birigüi (SP), readequou o parque fabril há dois meses para a produção de máscaras de proteção. Desde a elaboração do novo produto foram doadas mais de 100 mil máscaras para asilos, casas de crianças entre outras instituições, como contribuição a não proliferação do coronavírus. Para a fabricação da proteção a empresa, que conta com cerca de dois mil colaboradores, ofereceu capacitação e contratou entre 150 e 200 pessoas qualificadas.
Segundo a gestora de marketing da marca, Ana Paula Frazzatti, a empresa comercializa para hospitais, clínicas e organizações de todo o país a produção diária de 200 mil máscaras dupla comum, tripla cirúrgica, N95 para uso prolongado e a face shield para uso cirúrgico. “Começamos com as doações e hoje entregamos mais de 6 milhões de máscaras só para a rede Carrefour. Além das doações se tornarem uma oportunidade de negócio laçaremos este mês uma nova coleção de calçados”.
Têxtil e Confecções
Empresa de lingerie virou a chave da produção para atender a demanda por vestes e equipamentos de proteção individual
A DeMillus transformou sua experiência têxtil de confecção para produzir máscaras de tecido, máscaras e jalecos de TNT triplo descartáveis, com pequenas adaptações na fábrica feitas pelos seus próprios engenheiros. Desde abril, a unidade na Penha, no Rio de Janeiro, direcionou 50% da sua produção e, no início do mês de maio, contratou mais de duzentas pessoas para poder atender os novos pedidos para proteção contra o coronavírus. A empresa tem produzido, por mês, 2 milhões de máscaras descartáveis de TNT triplo da Fitesa, indústria conhecida pelos materiais de não-tecidos para os mercados higiênico, médico e indústria, e 120 mil jalecos e aventais hospitalares do mesmo material.
Além disso, há fabricação de 200 mil máscaras de tecido duplo. Desse total, 100 mil máscaras descartáveis foram doadas e o restante da produção vendido com preços baixos neste período de pandemia. “Contamos também com o apoio da Fitesa, fabricante do TNT, da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) e do SENAI CETIQ neste desenvolvimento. No caso da máscara de tecido duplo, seguimos orientações do dr. Amilcar Tanuri sobre a necessidade de filtragem”, explica a superintendente de marketing, Viviane Figueiroa.
Química Fina
A indústria farmacêutica Blanver, em Indaiatuba (SP), direcionou todos os seus esforços de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos – antes voltados ao tratamento de doenças crônicas – para o combate aos efeitos e causas da pandemia. Ao todo, são 27 pesquisadores buscando fármacos que combatam os diversos efeitos da doença, em especial os problemas respiratórios.
De acordo com o diretor-presidente da Blanver, Sérgio Frangioni, a empresa está buscando profissionais no mercado para reforçar a equipe de pesquisa e desenvolvimento, mas está com dificuldades. “Há necessidade de formar mais mão de obra qualificada para atuar na área de química fina”, destaca. Além dos esforços internos de pesquisa, a empresa está em contato com laboratórios na China para licenciar alguns produtos.
Farmacêutica Blanver concentrou esforços na pesquisa de tratamento para a atual pandemia
Frangioni, que também é presidente do conselho da Associação Brasileira da Indústria de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades (Abifina), relata que movimentos similares ao da Blanver estão sendo feitos pelas empresas do setor, que estão participando do comitê de crise do Ministério da Saúde com o objetivo de acelerar a entrada de medicamentos para o combate à pandemia no mercado.
Segundo ele, o momento é oportuno para o fortalecimento da produção nacional. “O país importa 95% dos insumos farmacêuticos, em especial da China e Índia, e agora estamos enfrentando um desabastecimento porque esses países também estão voltados a atender o mercado interno. Temos de reduzir significativamente essa dependência”, conclui.
Automotivo
Equipe da Mercedes-Benz participa da iniciativa + Manutenção de Respiradores, que está reparando equipamentos hospitalares gratuitamente
O apoio do setor de veículos automotores também tem feito a diferença por todo o país. A Mercedes Benz, por exemplo, fechou parceria com uma empresa fabricante de respiradores, no sentido de acelerar a produção. Atualmente, 50 voluntários da Mercedes estão trabalhando neste processo e, com isso, a média de produção que antes era de 3 a 5 respiradores por dia, saltou para 70 equipamentos por dia.
Em parceria com o SENAI, a Volkswagen também está com funcionários trabalhando como voluntários no reparo de ventiladores pulmonares, fundamentais para pacientes infectados com crise aguda respiratória. Cada aparelho recuperado poderá atender uma média de dez pessoas num período de cinco meses. Estima-se que no Brasil existam mais de 3 mil aparelhos precisando de manutenção.
Segundo a Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea), manutenção de respiradores, produção de máscaras de proteção, serviço de manutenção de ambulâncias, deslocamento seguro de idosos e de profissionais de saúde são algumas das ações desempenhadas desde o início da crise.
Máquinas e Equipamentos
Especializada em equipamentos para limpeza, jardinagem e reflorestamento, a Pioneira incorporou no seu esforço o trabalho diário de desinfecção de ruas e do hospital e do pronto-socorro da cidade de Suzano, na região metropolitana de São Paulo. Dois caminhões-pipa percorrem o município todos os dias esguichando o líquido que promove a higienização, medida com o objetivo de reduzir o risco de contaminação em locais de grande circulação de pessoas. O serviço começou em 1o de abril e deve seguir até o fim de junho. Além disso, a empresa distribuiu pelo município pedestais que dispensam álcoom em gel. Acionados pelos pés, o dispositivo libera o desinfetante para a higienização das mãos.
Especializada na fabricação de válvulas, a Thermoval, fabricante de válvulas, adequou a sua linha de produção para incluir no seu portfólio um material bem específico: as válvulas solenoide para respiradores. Normalmente esse item é importado de países como Estados Unidos e Itália. Como esses países também têm sofrido com a pandemia, a indústria brasileira ficou impedida de trazer a quantidade necessária para suprir a demanda atual. Até o momento, a associada da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) já fabricou 2,5 mil unidades do componente. Mas a previsão é de chegar a 25 mil novas válvulas durante o combate à pandemia.
Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos
Zilma Bauer, da Ervas Naturais, diz que a empresa não hesitou em produzir álcool em gel para ajudar
A pandemia levou a indústria de cosméticos capixaba Ervas Naturais, de Vila Velha, a direcionar toda a sua estrutura fabril para a produção de álcool gel durante o mês de abril e meados de março. A proprietária da empresa de 22 funcionários, Zilma Bauer Gomes, explica que a decisão partiu do desejo de ajudar a suprir o mercado com um dos produtos necessários à prevenção da pandemia. “O nosso primeiro impulso foi: em que podemos ajudar?”, explica a empresária, que doou mais de uma tonelada do produto a hospitais, asilos e forças de segurança da região.
Em seguida, a empresária decidiu também vender o álcool-gel fabricado, pois o faturamento da linha de produtos profissionais para tratamento, reconstrução, coloração e transformação capilar atingiu apenas 9% do ganho habitual. No mês de abril, as vendas do produto representaram 90% da receita. “Não tivemos lucro, mas essa receita garantiu a sobrevivência da empresa e dos empregos que geramos”, conta. Zilma avalia que um dos motivos de conseguir converter sua planta industrial de forma ágil foi ter passado pela consultoria em manufatura enxuta prestada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).
A Carta Fabril, um dos maiores grupos empresariais de higiene pessoal do país, conseguiu produzir e lançar em tempo recorde as toalhas umedecidas Social Clean, com álcool 70%. Desenvolvidas com conceito multiuso, a novidade é prática e eficiente e pode ser utilizadas para higiene das mãos, superfícies e objetos pessoais, por exemplo. As toalhas contêm agente bactericida, com a promessa de eliminar 99,9% das bactérias.
A empresa iniciou a campanha solidária Bem Estar, com ações sociais voltadas para os moradores que vivem no entorno de suas operações. Desta forma, a Carta Fabril atende 26 instituições, entre casas de repouso e de pessoas em situação de risco social em cinco municípios do Rio de Janeiro e de Goiás, com o envio de mais de itens como fraldas de uso adulto e infantil, papel higiênico, lenços umedecidos, guardanapos e papel toalha. As entregas estão sendo feitas pelas equipes de logística da empresa, de acordo com as exigências das autoridades sanitárias e da saúde pública.
A Lola Cosmetics, empresa brasileira naturalmente engajada de produtos orgânicos e veganos, suspendeu a fabricação de cosméticos em março e decidiu voltar toda a sua produção para gel antisséptico. A marca se mobilizou para fazer doações semanais de sabonetes em barra, fundamental para o combate à doença, para moradores da Cidade de Deus. A região é uma das maiores comunidades do Rio de Janeiro e onde a pandemia infelizmente já chegou. Também foi distribuído, em abril, cerca de 10 mil unidades de gel antisséptico, na Cidade de Deus.
Outra parte foi doada para comunidades quilombolas na Região dos Lagos. “As pesquisas sobre as comunidades cariocas indicam a grande precariedade e necessidade de itens básicos de higiene, como o sabão. Nosso objetivo inicial foi ajudá-los com os meios de prevenção e pulverizar essa ação por toda comunidade. A Cidade de Deus tem cerca de 36 mil moradores que precisam muito de visibilidade e voz para falar sobre suas dificuldades diárias”, afirma Dione Vasconcellos, sócia fundadora da Lola.
Empresa de cosméticos passou a fabricar álcool em escala para ajudar no combate à pandemia
A Toollon Cosméticos chegou a reunir todos os funcionários da equipe para anunciar a suspensão das operações em 19 de março. No mesmo dia à noite, o diretor-presidente Jair José de Alcântra, 64 anos, recebeu a informação de que a Anvisa havia autorizado a fabricação de álcool gel sem autorização prévia. Imediatamente convocou os colaboradores de volta, comprou equipamentos, contratou três novos funcionários e outros 10 profissionais temporários.
“Com a adequação, passamos a trabalhar 24 horar por dia na produção de álcool em gel. Além de não perderem o emprego, os funcionários ganharam as horas extras”, comentou Alcântra. Agora a Tollon está se preparando para incluir sabonetes antissépticos no portfólio da empresa. Sobre a comemoração do dia da indústria, Jair pondera que ainda é preciso avançar. “Sempre acreditei na indústria do Brasil. Damos uma contribuição enorme para o país, mas infelizmente não temos o reconhecimento necessário”, afirma.
A Cottonbaby, fabricante de itens de higiene e beleza, tem atuado em diversas frentes durante a pandemia. Uma das principais ações foi congelar os preções dos produtos desde o início da crise, mesmo sabendo que haveria aumentos de custos por conta da alta do dólar e da inflação causada pela alta demanda. A empresa também aumentou os prazos de pagamento dos clientes, está oferecendo possibilidade de estoque consignado, garantia de trocas de novos produtos e devoluções de estoque.
“Temos consciência que o brasileiro está passando por incertezas e queremos ajudar o Brasil a atravessar isso da melhor forma possível. A questão agora não é ganhar dinheiro”, diz o CEO da empresa, Leandro Silveira.
Para atender à demanda por produtos de higiene pessoal, a instituição também reorganizou a produção, aumentando o volume de entregas de itens essenciais como sabonetes e lenços umedecidos desinfetantes para uso profissional, além de lançar o álcool gel 70° INPM.
Óptica
A empresa paulistana fabricante de acessórios ópticos Optitex iniciou a produção de máscaras de proteção há um mês. A partir da iniciativa foram doadas mais de 2 mil máscaras para a campanha solidária da Fundação da Associação Brasileira das Indústrias Ópticas (Abióptica), de arrecadação de equipamentos de proteção individual para profissionais da área da saúde durante a pandemia. De acordo com proprietário da Optitex, Edy Titelbaum, a adequação produtiva para a fabricação de máscaras foi rápida porque a empresa já possuía linha de costura e equipamentos para a confecção.
“Doamos máscaras e fabricamos muitas outras para empresas que doaram também para a Fundação Abióptica. Enquanto houve escassez dos itens de proteção a comercialização foi muito boa, mas hoje com o mercado saturado estamos voltando a produzir estojos para óculos e microfibras para limpeza de lentes”, afirma Titelbaum.
O setor óptico é solidário e vem se unido para ajudar a proteger pessoas que tratam dos doentes infectados com o vírus, mesmo trabalhando com menos de 40% sua capacidade produtiva desde o início da crise provocada pelo vírus, conta a diretora da Abióptica, Ambra Nobre Sinkoc. “São cerca de 150 empresas participantes da instituição que doaram mais de 10.600 óculos de proteção e milhares de máscaras, equipamentos de proteção individual entregues em hospitais de pequenas cidades”, relata.
Brinquedos
A indústria de brinquedos mudou substancialmente a sua linha de produção para colaborar com o combate a pandemia. Logo que os primeiros impactos da pandemia foram sentidos no Brasil e o isolamento social se tornou necessário, as principais fábricas do setor se adequaram. Em vez de produzir roupas para bonecas, direcionaram os esforços para produção de máscaras de pano e plástico, e equipamentos de proteção individual (EPIs). Foram doadas 600 mil máscaras nos primeiros dias da crise ocasionada pela pandemia, quando o produto ainda era escasso em todo o país.
“Reagimos rápido quando o país ainda não tinha máscaras. Convertemos o trabalho das costureiras na indústria de brinquedos para a produção de máscaras. Temos, hoje, seis fábricas totalmente adaptadas para a produção de mascaras”, contou o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Batista da Costa.
Higiene, Limpeza e Saneantes
Essencial neste momento de pandemia, pela necessidade de manter casa e locais de trabalho desinfectados, o setor de produtos de hygiene, limpeza e saneantes e se mobilizou rapidamente. Empresas associadas já doaram diversos produtos para entidades de saúde e comunidades vulneráveis, atingindo R$ 7 milhões de reais em produtos de e alimentos e, ainda, 1.089 toneladas de sabões, desinfetantes, limpadores multiusos e mais de 100 mil litros de água sanitária para alguns municípios em comunidades de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás e Ceará. “Na nossa visão, o produto saneante é a ‘primeira vacina’ contra diversos tipos de microrganismos nocivos”, afirma o diretor da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes (Abipla), Paulo Engler.
A empresa Ecolab, por exemplo, está com todo seu time em campo oferecendo serviços de desinfecção de ambientes para indústria, hospitais e estabelecimentos para prevenir a disseminação da pandemia, medida fundamental para as empresas tornarem seus ambientes mais seguros durante a pandemia. O serviço é realizado por especialistas da Ecolab, que vão até o local e fazem a preparação do ambiente, para, na sequência, aplicar, de maneira segura, os desinfetantes nas áreas e superfícies rígidas. Os produtos utilizados têm a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e são eficientes contra um amplo espectro de vírus, bactérias e fungos.
Fumo
Usando logística da Souza Cruz, doações chegam a quem precisa
A Souza Cruz está trabalhando em parceria com governos estaduais e entidades do terceiro setor na distribuição e doação de produtos essenciais, como cestas básicas de alimentos e artigos de higiene e limpeza, para pessoas em situação de vulnerabilidade. A empresa do setor de cigarros também auxiliou no transporte de vacinas da gripe no Distrito Federal e vem ajudando na entrega de respiradores, máscaras, entre outros EPIs usados na prevenção à pandemia em diversos estados.
A empresa também está produzindo mais de 10 mil litros de álcool líquido 70% e álcool gel na fábrica de Uberlândia (MG) e no Centro de Desenvolvimento e Pesquisa (RS), que serão doados a unidades hospitalares e secretarias de saúde dos estados mais necessitados.
Elétrica e Eletrônica
As indústrias do setor eletroeletrônico também se adequaram para o combate ao coronavírus e vêm direcionando suas linhas de produção para a fabricação de ventiladores pulmonares. Entre os exemplos estão a WEG, fabricante de motores, e a Flex, de equipamentos eletrônicos, que modificaram parte de suas plantas para começar a produzir os ventiladores em alta escala.
A Flex, por exemplo, atuou em parceria com indústrias que já produziram respiradores para operacionalizar o aumento de escala de produção dessas fábricas. “Encaramos essa missão como um dever cívico e humano. Colocamos a Flex a serviço desse momento para colocar o máximo de respiradores num mínimo de tempo possível. O nosso objetivo é ajudar a buscar um caminho para que o país possa superar esse momento”, afirma Leandro Santos, presidente da Flex.
A Positivo Tecnologia também se mobilizou, em conjunto com um grupo de empresas, para contribuir na produção e fornecimento de componentes necessários para a montagem de ventiladores pulmonares. A partir de produtos importados da China, a empresa passou a fabricar placas para a produção de respiradores. O presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, pontua que nesse momento difícil as empresas estão cientes de seu papel social e procuram colaborar no combate a pandemia. “Antes de tudo, somos cidadãos que devem oferecer a sua parte nesse esforço de guerra para vencermos essa situação delicada”, destaca.
Farmacêutico
EMS está apostando em modernização e inovação para o pós-pandemia
A EMS, maior laboratório farmacêutico no Brasil, já se planeja para uma retomada da economia. O vice-presidente institucional da empresa, Marcus Sanchez, afirma que a EMS investe em modernização da infraestrutura fabril e em projetos inéditos em suas áreas de negócios, com destaque para a de prescrição médica. Outra aposta são pesquisas de ponta para desenvolver produtos inovadores, eficazes e seguros. “Neste momento, as nossas iniciativas têm um foco e um único olhar para o futuro: sairmos mais fortes da crise, sem travar investimentos”, afirma.
Ele explica que, mesmo que o setor farmacêutico costume ser o mais resistente a crises, nem ele deverá sair ileso de perdas no pós-pandemia. “A indústria farmacêutica já sofre em maio uma queda de demanda em torno de 15%. As pessoas estão comprando menos medicamentos desde abril. Elas não estão indo ao médico, que não está prescrevendo nem demandando a indústria também”, explica.
Em outra frente, a empresa participa de debates importantes com outros players do setor, sobre assuntos como a criação de uma política de nacionalização de insumos. “A pandemia tem nos mostrado que essas discussões precisam se intensificar”, diz Sanchez.
Internamente, a empresa tem adotado medidas de segurança para garantir a segurança dos trabalhadores. Em outra ponta, como política social, já doou R$ 1 milhão ao governo do estado de São Paulo para aquisição de respiradores, monitores e insumos; 110 toneladas de alimentos em prol de pessoas em situação de vulnerabilidade social; e medicamentos, aventais médicos e produtos de higiene pessoal e de limpeza a hospitais.