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Viposa e Vancouros se unem e criam empresa de R$ 3,1 bi

Fusão criará companhia Viva que terá capacidade de processamento de sete milhões de unidades de couro ao ano

Após cinco anos de intensas negociações e seis empreendimentos conjuntos, as empresas brasileiras de couro Viposa e Vancouros tomaram a decisão de fundir suas operações e estabelecer a Viva S/A, uma empresa que irá surgir com um impressionante faturamento de R$ 3,1 bilhões. O pedido para a fusão acaba de ser apresentado ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que está analisando os possíveis impactos desse acordo na concorrência.

A Viva S/A vai ostentar uma capacidade de processamento de sete milhões de unidades de couro anualmente, consolidando sua posição como uma das principais indústrias do setor no país. Atualmente, ambas as empresas fornecem couro para as indústrias automobilísticas, de mobiliário e moda.

“Os caminhos das nossas empresas corriam paralelamente e se cruzaram em 2001 quando estabelecemos uma planta em Sinop, no Mato Grosso”, afirmou o diretor-presidente da Vancouros, Edson Vanzella Pereira de Souza. Ele destacou que a primeira parceria surgiu como uma maneira de evitar uma competição predatória entre as duas empresas, ambas interessadas na mesma região.

“Os nossos principais concorrentes não estão no Brasil, mas sim no exterior. Nós competimos intensamente com os produtos chineses, que possuem custos extremamente baixos”, acrescentou.

Desde então, a estratégia conjunta tem sido a chave para ambas as empresas aumentarem sua eficiência e reduzirem custos. Além do setor de couro e curtume, essas empresas investiram conjuntamente nas últimas duas décadas em duas fábricas químicas para atender às suas operações de couro e, mais recentemente, estabeleceram uma fábrica de gelatina chamada Gelprime em Ibiporã, Paraná.

“Através da Viva S/A, estamos iniciando uma nova fase ao transformar o couro em algo mais do que apenas revestimento, agora também em proteína. Era uma possibilidade que já estava sendo explorada por grandes players no mercado, mas nunca antes pela indústria de couro”, disse Vanzella, referindo-se à produção de gelatina.

Ele explicou que a Viva será a primeira empresa de couro do mundo a aproveitar a pele animal para a produção de gelatina, algo que já é realizado por frigoríficos que atuam nesse mercado.

Atualmente, a unidade de gelatina tem uma produção de 8 mil toneladas por ano, com a previsão de triplicar essa operação até 2028. Além disso, planeja-se abrir uma nova fábrica de processamento de couro e internacionalizar as operações com a criação de filiais na América Latina e América do Norte até o mesmo ano. A meta é dobrar o faturamento nos primeiros quatro anos de operação.

Além dos avanços operacionais, a fusão também proporcionará uma mudança significativa do ponto de vista financeiro, de acordo com Vanzella. “Estamos ascendendo a um novo patamar e ganhando uma maior capacidade de financiamento e bancabilidade”, destacou.

É importante observar que a fusão da Viposa e da Vancouros ocorre em um momento desafiador para o setor de couros e curtumes. O preço médio do couro no Rio Grande do Sul, que chegou a ultrapassar R$ 4,47 por quilo em outubro de 2021, caiu para R$ 1 por quilo em dezembro do mesmo ano, devido à inflação global e a outros fatores econômicos. A expectativa é que, com a gradual recuperação do consumo e o controle da pandemia de Covid-19, o setor possa se estabilizar.

No entanto, esse cenário também está favorecendo movimentos de fusões e aquisições no setor, conforme apontado pelo analista de mercado da Scot Consultoria, Eduardo Abe. Segundo dados do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), o número de unidades produtivas de couro no Brasil diminuiu de 240 em 2018 para 214 em 2020, refletindo a tendência de concentração do mercado global.

“À medida que crescemos vertical e horizontalmente, conseguimos reduzir os custos de produção de nossas empresas por meio dessa união e do aumento de volume que estamos alcançando na produção”, afirmou o diretor-executivo da Viposa, Eduardo Seleme.

Fonte: Globo Rural

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